Por Luís Fernando Xavier
No twitter gosto sempre de comentar os assuntos mais discutidos – embora nem sempre entenda do assunto. Cheguei até mesmo a congelar minha foto de perfil na época que o centésimo capítulo de uma certa novela foi exibido. Mas dos comentários sobre as Olimpíadas eu tive que me ausentar. Não acompanhei nenhum jogo, apenas me contentei em ler o que os outros escreviam. Nunca fui fã de esportes e, se há algum interesse da minha parte, está bem guardado para os jogos de 2016 – Aí sim eu vou vibrar. Ou talvez não.
Para um atleta que dedica toda sua vida por um esporte, por uma chance no maior evento do planeta deve ser uma sensação arrebatadora participar dos jogos olímpicos. Competir entre os melhores, ouvir e sentir a ovação da torcida gritando seu nome, honrar o país, receber uma medalha de honra... Nada se compara. Minha experiência mais próxima disso foi um festival de natação em que eu pseudo-competi aos 10 anos. Ali todo mundo ganhou uma medalha que depois de algumas semanas enferrujou.
Também deve ser muito assustador estar lá. Em algumas modalidades o que te separa da medalha de ouro é menos de 1 segundo. Por milésimos você deixa de valer ouro e passa a ser um daqueles que não serão lembrados. Quando a vitória é decidida assim, por milésimos, é complicado dizer quem é o melhor. Complicado não, é impossível.
Nas redes sociais é triste ver a reação do povo, da nação. Se o Brasil não está em primeiro lugar, se nosso quadro de medalhas de ouro ainda está vazio... Desprezamos, ignoramos e humilhamos nossos atletas. Cobramos deles um investimento que não fizemos, os consideramos fracassados porque se prepararam por 4 anos para chegar na hora e errar um passo, por escorregar. Isso é justo?
Onde está a vitória?
É claro que a medalha de ouro é a aprovação suprema e incontestável, mas só de estar entre os 3, 10, 50 melhores já não seria suficiente? Pense em quantos atletas profissionais existem no Brasil – de alguma forma alguns poucos se destacaram e chegaram lá. Entre todo o planeta eles conseguiram o seu lugar de honra.
Eu nunca conversei com alguém que tenha participado de uma olimpíada, mas eu penso que a vitória não está na medalha, mas sim em chegar lá.
E esse lá pode não ser sequer uma olimpíada. Assista este comercial da Nike para entender melhor do que estou falando:
Eu não sei se você é o melhor em alguma coisa que faz. Existem 7 bilhões de pessoas no planeta – você dificilmente será o melhor. Sempre vai existir alguém, talvez um chinês, que consiga fazer melhor, mais rápido e com menos recursos. Mas você pode ser o campeão na sua vida, na sua realidade, no seu contexto – você pode ser aquele que se superou, que não aceitou as circunstâncias e venceu quando tudo podia dar errado. Talvez as pessoas não clamem por seu nome nem te ovacionem ao te ver passar, mas você saberá que a vitória caminha com você e a sua medalha jamais será corrompida.
Onde está a vitória?
