Por Luís Fernando X. de Mello
A maioria de nós está em busca de encontrar nosso propósito (razão de ser) nessa terra e realizá-lo. Por quantas vezes oramos pedindo para que Deus nos revele sua vontade dizendo que queremos ser um vaso em suas mãos ou quem sabe uma flecha, ou qualquer coisa do tipo, mas nada parece acontecer? Estamos sentados e atentos para ouvir pra onde ir, mas não sabemos quem somos.
Não ouviremos nada acerca de nosso rumo até encontrarmos nossa identidade. Não tem como chegar ao fim sem ter participado da corrida – e dessa corrida todos nós fazemos parte.
Nossa identidade está corrompida. Adão foi feito a imagem e semelhança de Deus, mas suas decisões o afastaram. Sua convicção de quem era se perdeu na queda e desde então temos dificuldade para descobrir nossa identidade. Deixamos-nos ser moldados pela opinião dos outros e pelas circunstâncias passando a ter uma visão deturpada a nosso respeito.
Me lembro de há alguns dias numa ministração sobre sonhos orar por um adolescente onde Deus me mostrou que o que ele pensava a seu respeito estava completamente errado. O que ele enxergava acerca de si não era o mesmo que Deus enxergava. Foi necessário que essa imagem fosse quebrada para que uma nova fosse estabelecida.
Na Bíblia não faltam exemplos como esse: Moisés, Josué, Jeremias... Todos tiveram dificuldade para saber quem eram. Era a visão de Deus contra a deles. O lance é que, para cumprirem seus chamados, eles precisaram mudar essa forma de pensar. Eles precisaram acreditar no que Deus pensava.
Quando estamos na frente de um espelho será possível que a imagem esteja distorcida? Embora Deus não precise de um espelho para nos enxergar, nós precisamos. O que Deus quer nos propor é uma visão clara acerca de nosso potencial – sem distorções. Mas, para isso talvez seja necessário retirar algumas manchas.
Que assim seja. Que assim nós possamos reconhecer quem somos em Deus deixando para trás as inverdades a fim de caminhar para o alvo descobrindo pra onde deveremos ir.
PS: Enquanto escrevia esse artigo lembrei de uma música bem antiga chamada "O que na verdade somos" do Fruto Sagrado. Acho que serve para completar essa experiência: